Original post from Patenttranslator's Blog
Translated with permission by Livia F. Worgan
Testes de Tradução
Obrigatórios São uma Admissão de Total Incompetência de um Certo
Tipo de Agência de Tradução
Por que será que algumas
agências de tradução têm que enviar testes de tradução
obrigatórios a tradutores para determinar se estes devem ser
inclusos em sua lista definitiva de "linguistas" (uma
palavra que precisa ser mais analisada em outro post com respeito à
maneira que está sendo usada por agências de tradução),
baseando-se no resultado de uma avaliação deste?
E por que será que outras
agências de tradução não precisam enviar testes?
Eu também sou uma agência
de tradução, de uma certa maneira, de qualquer forma, eis que eu
também mando trabalho para outros tradutores, normalmente em línguas
que eu mesmo não traduzo. Mas não preciso perturbar prováveis
adições à minha lista definitiva de grandes talentos com nenhum
fétido teste de tradução.
Existem duas principais
razões pelas quais eu nunca fiz tal coisa e nunca irei fazer.
1. Como um humanista, eu
creio que isto seja errado... mais que errado... maldoso, forçar
pessoas a trabalhar sem remuneração. Visando findar este mal, uma
longa e sangrenta guerra ocorreu nos Estados Unidos da América entre
1861 e 1865 na qual milhares de pessoas morreram e milhões mais
ficaram feridas.
E, incidentalmente, o lado
pró-escravidão perdeu.
2. Mesmo se eu fosse
somente outro possível dono de escravos que teve o infortúnio de
nascer no século errado, e ainda existe uma boa quantidade destes
entre nós em qualquer país, o fato é que eu sou capaz de avaliar
eu mesmo um provável tradutor sem forçar este a trabalhar de graça
num teste de tradução somente para me agradar.
Se uma agência de
tradução é capaz de determinar a aceitabilidade de um tradutor
para uma certa língua sem precisar pedir um teste gratuito de
tradução isso de fato te diz se as pessoas trabalhando nesta
agência sabem o que estão fazendo, ou se estão geralmente sem
qualquer ideia sobre o produto e serviço que estão vendendo,
chamado de tradução. (Claro, eu não tenho algo contra testes de
tradução pagos, e quando me pedem para fazer um teste, minha
resposta é que estarei contente em fazê-lo sob minha tarifa
normal.)
Normalmente eu posso dizer
se vale experimentar um tradutor em um trabalho real, mesmo se
ariscado em algumas ocasiões, ou se ele ou ela são provavelmente
farsas, simplesmente vendo a carta de apresentação e a descrição
da educação e experiência do tradutor. Por saber ler em várias
línguas, tudo que preciso fazer, então, é pedir uma amostra de uma
tradução passada para avaliar tal amostra. Mesmo se for em uma
língua que eu mesmo não saiba, eu consigo entender o suficiente do
texto fonte para conseguir equipará-lo à tradução em Inglês
porque normalmente conheço uma língua relacionada.
Por exemplo, posso
comparar textos Chineses com o texto em Inglês e consultar termos
técnicos em Chinês e seus equivalentes em Inglês na tradução em
inglês na Internet porque eu traduzo do Japonês, eu posso fazer o
mesmo com o Holandês porque eu traduzo do Alemão, em Italiano
porque eu traduzo do Francês, etc. E já que traduzo patentes por
mais de 30 anos, eu posso geralmente discernir se um possível
tradutor de patente é propenso a ter afinidade por este campo
particular mesmo antes de lhe enviar um trabalho.
Os iguais se reconhecem.
Eu também posso revisar
traduções de patente com bastante competência..., porque é isso
que venho fazendo por quase três décadas.
Porém, coordenadores maus
que trabalham em agências de tradução que alegam ser
especializados em tradução de/para todas as línguas e em todas as
áreas geralmente não têm absolutamente qualquer ideia se a
tradução que eles receberam de um tradutor novo é boa. É por isso
que eles tentam restringir suas apostas, pedindo a possíveis
tradutores que em primeiro lugar façam testes. O problema é que os
coordenadores que estão avaliando estes testes não são
qualificados para avaliar estes porque geralmente não conhecem a
língua de origem ou a final da tradução, e frequentemente não
entendem o assunto também.
Se a tradução-teste
estiver próxima do que quer que seja que o coordenador irá usar
para comparar, deve ser uma boa tradução. Se não for tão próxima,
deve ser uma má tradução.
Mas se a tradução na
qual o coordenador depende é problemática, o coordenador não terá
ideia sobre os problemas, e poderá ser impossível e frequentemente
contraproducente tentar explicar para ele onde os problemas estão.
De qualquer forma, eles receberam a amostra de seus chefes e seus
chefes não cometem erros.
É também, claro,
bastante possível que se sua tradução for melhor do que quer que
seja o que o coordenador esteja usando, sua tradução será
considerada defeituosa, apesar de ser o contrário.
Existem alguns
coordenadores que não conhecem a língua em questão, mas por serem
inteligentes e ter bastante experiência, eles podem instintivamente
discernir entre um bom tradutor e um mau tradutor mesmo sem ter que
depender de seus conhecimentos de línguas estrangeiras.
Algumas pessoas são
inteligentes, e aprendem coisas que precisam saber sobre tradução,
mesmo se têm a desvantagem de somente saberem uma língua, por
substituição de suas outras habilidades que possam ter, do mesmo
jeito que os cegos usam seus sentidos superiores de audição e
olfato.
Mas as pessoas
inteligentes normalmente não ficam com agências corporativas de
tradução porque..., elas sempre pagam muito pouco para os que fazem
o verdadeiro trabalho, estes sendo os tradutores e os coordenadores.
Se eles gostam de seu trabalho e são bons nele, eles normalmente
saem depois de algum tempo e começam seus próprios pequenos
negócios.
Aí está. Se você não
liga de ser um escravo o qual não tem qualquer escolha a não ser
trabalhar para pessoas incompetentes, certamente, faça os testes
todas as vezes que lhes peçam por um.
Mas se você dá valor ao
seu trabalho e ao seu tempo, meu conselho seria que você ofereça
uma amostra de seu trabalho ao invés disso.
Sua oferta poderá ser
rejeitada, mas o certo é que, se uma agência de tradução sequer é
competente o suficiente para manusear uma amostra de seu trabalho,
você quer mesmo trabalhar para eles?